QUIPROQUO
Resumindo, o qüiproquó começou com um e-mail com o título “HERANÇA DO DEPUTADO CLODOVIL HERNANDES”.
Acho que todo mundo já o recebeu (o e-mail, não o falecido nobre parlamentar)
Falava sobre um suposto projeto do estilista, duble de deputado, e desafeto do “Pânico na TV”, no qual seriam extintas mais ou menos 50% das vagas dos atuais deputados federais, e trazia até alguns cálculos sobre a provável economia conseguida com essa medida.
Como é típico na Internet, a coisa cresceu, com mensagens de todos os calibres. Colocações, ataques, defesas, um belo poema de LAO TZU(?????), do século IV a. C (faz tempo pacas!!!) .......e até sugestões bem humoradas sobre onde o tal de Clô deveria enfiar sua herança..... O que, afinal, ele até acharia prazeiroso.
O importante de tudo isso é a participação dessa galera toda, que é pelo menos duas gerações mais novas do que a minha e do “provocador” (né, “seu” Zé Haroldo?)
Vou destacar uma pequena passagem de uma dessas mensagens, primeiro porque ela é importantíssima, segundo porque respeito e admiro muito a inteligência e a compreensão que esse cara tem do mundo.
Nós reclamamos do Presidente, dos Senadores, dos Deputados Federais, dos Deputados Estaduais, do Governador, mas esquecemos que nossa cidade tem Prefeito e Vereadores e que a cidade é a base do sistema político brasileiro e é neste ponto que podemos fazer alguma coisa, alguma diferença.
Os interesses políticos estão interligados por elos que se originam nas mais baixas classes políticas, e nesse caso digo “baixas” como sendo básicas, de base, a política municipal. Alguém há de dizer que a referida baixeza está no caráter dos políticos, mas nesse caso isso não seria exclusividade dos Vereadores. Continuando, os Vereadores apóiam os Prefeitos; ambos apóiam seus Deputados; os quais apóiam os Governadores; e assim sucessivamente.
Então, para que as escolhas e interesses políticos estejam vinculadas aos reais interesses do povo representado, é necessário que os representantes municipais tenham esse comprometimento, pois os problemas estão nas cidades.
Sempre dei muita importância a essa participação, a qual você, Juninho, nos cobra. Minha pergunta, especialmente dirigida a você, que conhece a máquina municipal como poucos: Quais são os canais abertos para, por exemplo, um cidadão expor suas idéias?
Por exemplo, que os pontos de táxi de nossa cidade deveriam ser distribuídos geograficamente pela cidade e não serem praticamente todos localizados a 100 metros ou menos, uns dos outros? Por que não tem um no Cambará, um na Vila Aguiar (no Terminal Rodoviário tem unzinho rotativo, ou seja, só os táxis de Mailasque, Araçá. MK, quando trazem alguém, param lá), um na Santa Quitéria, etc?
Sem dúvida, decisão política, não necessariamente visando o bem do povo. Diga isso para um nobre edil. Ele jamais levaria adiante. Nós sabemos. Ele estaria colocando sua re-eleição(não sei se tem essa p... de hífen ainda) em risco. Os taxistas não votariam mais nele. Sugira uma lei de tolerância zero para as calçadas irregulares.(aquelas de até 1 metro de desnível, degraus, estacionamentos de lojas, supermercados,etc.) Perdeu mais eleitores.
Que tal regulamentar ou melhor ainda, PROIBIR o livre transito de cavalos, charretes, carroças pelo centro? Inclusive as trocentas romarias que hoje existem em SRoque. Quais são os critérios adotados para que várias avenidas, ruas e praças sejam interditadas, trajetos de ônibus sejam mudados, viaturas da Guarda Municipal alocadas, ambulâncias, caminhões de socorro mobilizados, para que 10 ou vinte “romeiros” atravessem toda a cidade, soltando fogos de artifício às 6 hs da manhã, fazendo vários “pit stops” nos bares para saciar sua sede, devidamente paramentados com suas vistosas vestimentas tipo “cow-boy”, enquanto suas montarias ( que na impossibilidade de soltar fogos de artifícios, soltam outras cositas mas) aguardam, sedentas, cansadas, amarradas no poste mais próximo? Viraria inimigo mortal dos fiéis romeiros.
Vamos extinguir a Zona Azul nas ruas que não comportam o fluxo de tráfego?
Existe alguma regulamentação sobre a publicidade exagerada, tanto através dos carros de som, verdadeiros martírios para nossos ouvidos, e a propaganda impressa, que além de atolar nossas caixas de correio, riscar os vidros de nossos carros, emporcalham nossas ruas e entopem nosso já precário sistema de esgoto? Se essa regulamentação existe, é deficiente, ou não é aplicada. Cada um faz o que quer.
Realmente, os problemas não só estão nas cidade, como eles começam nas cidades. E as cidades são formadas por cidadãos que deveriam saber escolher seus representantes, aqueles que fossem focados para RESOLVER os problemas reais de sua cidade, e não se preocupassem tanto em fazer política com “p” minúsculo, com suas indicações de nomes de ruas, moções e congratulações, placas comemorativas, acompanhamento de enterros e distribuição de camisas de futebol.
Alguém aí se propõe?