sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

relativismo

RELATIVISMO Ouvi de alguém, não me lembro quem, que estava citando sei menos ainda quem, mas como me marcou profundamente, tento transcrever agora: "Relativismo é uma doutrina filosófica, na qual o bem e o mal, o certo e o errado, o belo e o feio tem valor em função de época,condições e/ou lugar". A nossa verdadeira adoração por uma picanha, por exemplo, contrasta frontalmente com a adoração religiosa dos hindus pelas vacas. Nós tratamos nossos cães como se nossos filhos fossem, enquanto em certas regiões da Ásia, eles são vistos sob o mesmo angulo que olhamos nossos leitões.Ou seja, em termos culinários, a época pode ser a mesma, mas o lugar é preponderante em termos de paladar. O belo e o feio. Existem trocentos casos para exemplificar, de esportistas, cantores(as), políticos(as), empresários(as) etc, cujas companheiras(os) tem a beleza ou feiúra diretamente proporcional à sua fortuna e/ou fama.Aí não importa a época,nem o lugar. São as condições que ditam as regras. O certo e o errado. O goleiro erra se na hora do pênalti, pula para a esquerda e o centro-avante chuta no outro canto. O inverso é verdadeiro e quem errou foi o cobrador do pênalti. O bem e o mal. Talvez seja ingênuo, mas não acredito que existam pessoas que queiram fazer o mal deliberadamente. O que me incomoda é a impressão que algumas vezes o tenha feito, quando o que procuro é só fazer o bem. Será que tudo é relativo, mesmo?

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Soccer Comedy

para espairecer um pouco

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

VITORIA

VITÓRIA!!!!! Ganhamos!!! Meu time do coração demonstrando toda a sua garra, venceu mais uma!!!! Eu que não creio, agradeço a força da imensa torcida, cada um à sua maneira, mas sempre somando. Meu time do coração merece!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O JOGO É HOJE!! Nesse exato momento, meu time do coração está em campo. Um campo asséptico, extremamente neutro. Não tem transmissão pela TV, nem pelo rádio. Aliás, nem poderia mesmo ser permitida a presença da imprensa. Portões fechados. A imensa torcida, não entra. Só torce, mesmo sem saber o desenrolar da partida. As regras são claras. Não há tempo determinado, primeiro, segundo tempos ou prorrogação. Não vale taça, nem classificação. Mas eu confio nesse meu time e sei que ainda teremos bastante tempo para comemorar mais essa vitória!!!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

EQUITAPANAPETECA

EQUITAPANAPETECA - Conforme prometi, vou tentar resumir mais alguns fatos ocorridos na pescaria descrita pelo Ruy, no Paraíso dos Dourados,(vide post de 16/10)quando demos um "olé" nos famosos "Botas Brancas". Eu, apesar de já meio "enferrujado", me considero um pescador experiente e bem "rodado".Afinal, participei de muitas pescarias no Pantanal, em riachos, lagos, sítios, alto mar, beira mar e até em quermesses da igreja(manja aquelas piscininhas de plástico, com peixes idem, com uma argolinha nas costas?) Pois é. Mas, não é conversa de pescador, até hoje não entendi a conduta dos peixes, de qualquer espécie. Essas histórias de "lua certa", água muito fria ou muito quente, tipos de iscas, etc. Mas que eles devem seguir certas "regras", isso devem. No caso dos famosos dourados do Barranco Limpo, por exemplo. Se me contassem, eu não acreditaria que, em pleno Rio Paraguai, com centenas de metros de largura, houvesse um determinado lugar em que só podia "apoitar" um único barco com chances de fazer os arremessos com sucesso. Mas foi exatamente isso que aconteceu. Tanto que, nós estávamos em dois barcos e ficamos revezando a posição dos barcos, para que todos tivessem a oportunidade de pegar o dourado. O barco que estava fora de posição, podia fazer quantos arremessos quisesse, nem beliscava. Conforme nossos piloteiros já haviam adiantado, essa pescaria só seria produtiva entre 1 e 3 horas da manhã. Quer dizer que os dourados tem relógio e seguem um horário rígido? Pois é. Não deu outra. Segundo eles, você poderia ficar o dia inteiro no Barranco Limpo que não veria a cara de nenhum dourado! E talvez a semana que vem, nem mesmo nesse bat- horário, nesse mesmo bat-local,com as mesmas bat-iscas.Por falar em iscas, lembro que as primeiras pescarias de Pacú, só davam resultado com umas bolinhas de farinha misturadas com Q-Suco(aquele pozinho) sabor morango ou com uma frutinha que esqueci o nome, lá da região mesmo.. Alguns anos depois, voce podia jogar a fábrica do refresco em pó ou árvore da frutinha dentro do rio, que os tais de pacús fingiam que não era com eles. Só queriam uns cascudinhos, ou uma tuvirinha e talvez até umas pirambóias, desde que pequenas. Nos últimos anos, nem isso. o fino e exigente paladar dos cobiçados e requintados nobres seres aquáticos só aceitava delicados e saborosos caranguejos. Bem,mas às 3 hs da manhã, como o Ruy descreveu, depois de embarcar vários exemplares, resolvemos voltar para nosso aconchegante biguazeiro, onde a esquadrilha de muriçocas,pernilongos, e outros seres alados e picantes, devia estar ansiosa à nossa espera.. Noite perfeita. Sob a luz de uma lua maravilhosa e quatrilhões de estrelas, empreendemos a viagem de volta, rio abaixo. Aqui, sou obrigado a abrir um parênteses para louvar não só os nossos, mas a todos os piloteiros, que parecem ter um GPS embutido na cabeça, pois apesar das quinquilhões de estrelas iluminando o Pantanal, para chegarmos ao Barranco Limpo, entramos em pelo menos três corichos, que apesar de imensos e caudalosos, são simples "filiais" do Rio Paraguai e mudam de acordo com a cheia ou vazante, além de suas entradas ficarem escondidas no meio da mata. Satisfeitíssimos com o bando de dourado dentro dos barcos, Vinicio e Ruy no barco da frente, sob o comando do Biguá, eu e Spencer no barco de trás, pilotado pelo Batata. De repente, não mais que de repente, o som do motor aumenta, e o barco quase que breca. O Batata imediatamente desligou o motor e o levantou. O que foi, o que não foi? Perdemos a hélice. Ah bom, e daí? Spencer com seus olhinhos mais arregalados do que nunca, sentenciou: Estamos à deriva!. Ao longe, só ouvíamos o motor do barco da frente se afastando, ligamos os faroletes, demos sinais de S.O.S. de P.Q.P, gritamos, xingamos em código morse, até em linguas mortas e nada. Biguá seguiu altaneiro e insensível aos nossos apelos em direção ao conforto do biguazeiro e dos famintos pernilongos. Eu não lembro se nosso motor de popa era Honda, ou Yamaha,quantos HPs, mas tínhamos a impressão(certeza) que o Revendedor Autorizado mais próximo, fosse a marca que fosse, ficava a milhares de Kms, ou milhas náuticas no caso, do exato ponto onde estávamos. Como disse o Spencer "à deriva". E nesses barcos não tem "estepe".Nessa hora, passamos a palavra ao nosso Almirante "Potato"( foi promovido na hora, por unanimidade). "Vamos encostar numa prainha e dormir. Amanhã o Biguá vem nos socorrer". "Yes, Sir" Com os faroletes localizamos uma praia, e na base do remo, encostamos a embarcação. Mas não chegamos nem a atracar. O vice-Almirante Batata( rebaixado por mérito) falou: Ih! Aqui tem muito jacaré bravo. Devem estar com filhotes! Vamos embora! Na primeira rabada dada no barco, concordamos: "Yes,Yes,Yes,rápido,Sir" Rio abaixo, mais uns 800 metros, outra prainha, outra atracação, nada de jacaré. Ótimo. Ótimo, nada. Depois de 5 minutos, escutamos um rugido. O grumete Batatinha(mais rebaixamento) diagnosticou: "Deve ser onça. Temos que sair daqui urgente!" . Já fui pegando o remo decidido a bater o recorde mundial nos 800 m. rio acima de volta ao aconchegante e hospitaleiro ninho de jacarés.O Spencer já estava calculando se o seu fôlego agüentaria nadar até Corumbá. Foi aí que o Batata, com bom senso reassumiu seu posto de piloteiro e decretou:" O melhor é ficar bem no meio do rio, descendo, só usando o remo como leme.E lá no meião, não tem nem muito mosquito" Palmas!! Muitas palmas. Eu até revezei com ele no leme, pra ele descansar. E fiz questão de acordar o Spencer para assistir um dos maiores espetáculos da Terra: o amanhecer no Pantanal. No meio de um coricho fantástico,o silêncio na sua mais pura essência, com todos os barulhos que só a natureza pode nos oferecer. Como todo bom filme, pula a cena para a chegada do outro barco ao Rancho do Severino, o famoso " Paraiso dos Dourados", o preferido de 9 entre 10 muriçocas pra um rápido lanchinho. Desce tralha, desce peixe, devidamente limpos e postos no freezer, nada do nosso barco chegar. Tres ou quatro Brahmas de Agudos depois, a preocupação do Ruy e do Vinicio começa a aflorar. "Devem ter parado para fazer xixi" ." Pela demora, dever ser cocô". "Eu não vi nenhuma zona no caminho".Lá pelas cinco e meia da manhã, a preocupação virou aflição dos dois companheiros. " O que será que aconteceu?". "O que vamos fazer"?. Mesa de gerenciamento de crise montada, decidiram que o Biguá voltaria, após abastecer o barco, junto com o Ruy, enquanto Vinicio, considerado mais diplomático e persuasivo, acionaria a gerencia do pesqueiro e se necessário fosse até a Marinha em Corumbá. A essa altura o "Paraíso dos Dourados" tava mais pro "Inferno de Dante", principalmente depois que informaram ao Vinicio que a chave da lancha de resgate, mais potente, ficava sob a guarda do gerente, que estava repousando,merecidamente, a essa hora da manhã. "Diplomática e sutilmente" o nosso "Chumbada", após uns três ou quatro chutes na porta, "convenceu" o gerente a iniciar o expediente mais cedo e acionar o esquema de emergência, com a tal de lancha. Corta para os náufragos, rodando rio abaixo. Ouvíamos bem ao longe, o barulho de motores de barcos, que estavam saindo para a pesca, e o Capitão( pequena promoção) ia traduzindo: " Não é o Biguá, esse é um motor 15, e o dele é 8" Não sei nem se eram essas as potencias, mas ele reconhecia, pelo ronco, a potencia dos motores ao longe. Devo frisar que estávamos em um dos corichos, que cortavam caminho até o Barranco Limpo, onde os dourados não davam as caras durante o dia e portanto NINGUÉM iria passar por ali naquela hora da manhã.E meu cigarro tava acabando. Saímos à socapa na noite anterior, e além de nós, só os Bota Brancas nos viram lá e saberiam onde poderíamos estar. Então, nossa única esperança era o bom e velho Biguá. Cujo motor a certa altura o Comandante Batatão reconheceu, inclusive afirmando o momento que ele tinha saido da calha do Rio Paraguai e entrado no coricho onde estávamos!Quinze minutos depois,ponto para ele, chegam Biguá e Ruy, este afirmando que veio o tempo todo, enquanto estava escuro, apontando o farolete para a copa das árvores, onde deduziu, estaríamos nós três, após o eventual naufrágio.Lógico que cada um segurando um dourado debaixo de cada braço. Após o alívio do encontro, amarra um barco no outro e começa a viagem de volta. Ao fazermos a curva do Morrinho, cruzamos com a lancha de resgate, a bordo, lógico, o diplomático Vinicio . Eu e o Spencer, apesar da cerveja e do cigarro terem acabado estávamos bem, mas não tínhamos como comunicar isso, só nos restava realmente, continuar à deriva. Só posso pedir desculpas pela angústia e o desespero que esses dois amigos devem ter passado. Chegando no pesqueiro, depois de muita risada ,mesmo sem dormir, para decepção dos pernilongos, decidimos pescar apenas ali na frente do pesqueiro, conforme Ruy descreveu, o chamado Pronto Socorro, onde completamos totalmente nossa cota com os pintados. Essa pescaria, de quatro loucos que mal se conheciam, foi o embrião de um grupo, que chegou a 17 grandes e privilegiados amigos, de inúmeras pescarias, de mais inúmeros ainda churrascos preparatórios e peixadas comemorativas. Loucos, todos sabemos porque. Privilegiados, por termos conhecido,vivido e respirado o Pantanal, em sua plenitude com tão grandes amigos. Os 17 do EQUITAPANAPETECA, em ordem alfabética: Carlininho Iser João foca Kiko Lele Niney Paulinho cabeção Riosão Riosinho Rubinho Ruy Spencer Tabajara Toninho nastri Vinicio Ze paulo Ze ribeiro

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

MUNDO ANIMAL Há uns dois anos atrás, encontrei no meu quintal, uma ave caída. Eu, que como ornitólogo sou um excelente torneiro mecânico, primeiro tentei classificar o bípede voador. Não, não era um pardal nem uma pomba, pois esses eu conheço de longa data. Não era um jaburú, que os vi muitos no pantanal e o menorzinho tinha pelo menos 2 metros de envergadura. Esse media uns 2 palmos de comprimento e não tinha o pescoço vermelho. O bico do bicho era adunco e ele tinha garras. Seria um filhote de condor?Pouco provável nesta altitude. Uma águia careca? Muito longe da terra do Kojak e do Yul Bryner, esses sim, devidamente carecas. Quem sabe um carcará retirante, fugindo da seca? Não, há muito tempo essa moda acabou. Melhor ficar por lá e reivindicar um benefício. Bom, resolvi focar nos emplumados que, acredito, gorgeiam por estas terras em que "non ducor,duco". Falcão Peregrino? Hárpia? Águia cinzenta? Coruja? Gavião de Penacho? Gavião?.Lembrei que , aqui em São Roque vivia um personagem apelidado "Dito Gavião", que,rivalizava com "Dita Galinha", e o "Homem do Saco" nos pesadelos das crianças da época. A diferença desses personagens para o Boitatá, mula sem cabeça e sacis era que esses últimos,temíamos, mas nunca vimos, enquanto os primeiros, bastava um deles virar a esquina para a turma toda correr para a segurança da casa mais próxima. Hoje, perdi o medo e a esperança de encontrar um, tanto dos reais quanto dos folclóricos, para pedir desculpas pelos nossos temores, totalmente infundados. Bem, voltando ao "avoante" , usei a única técnica que conhecia para tentar fazer com que ele seguisse seu caminho e procurasse seus pais, filhos, sei lá se era casado, sua esposa. Saí correndo atrás dele, batendo os braços e gritando "XO!XO! XO!" Com esse procedimento ridículo, além de descartar a hipótese de ser uma galinha, pois isso sempre funcionou com as nossas simpáticas penosas, principais fornecedoras de ovos e omeletes, que nessa hora saem correndo fazendo o maior escarcéu, descobri que ele(a) tinha algum problema técnico,pois além de não voar(como as galinhas,sei, também não o fazem), simplesmente se recolheu, num canto do corredor e ali ficou, tímida e muda(não era Bem Te Vi,que não sei se é tímido, mas grita pra caramba) . Não lembro mais da seqüência nem dos personagens, mas chegaram reforços, um monte de gente e o animal foi confinado numa caixa, providenciamos água,pão,alface e um pedaço de mortadela(a água é fundamental para a sobrevivência de qualquer espécie, o pão é um excelente acompanhamento, tanto para os vegetarianos como para os carnívoros). Levamos numa clínica veterinária, que atestou que a ave estava em boas condições, apesar do estresse. Mil palpites depois, ligamos para a Polícia Florestal e anunciamos a captura do descendente do pterodátilo e estávamos que nem aquele cachorro que corre atrás do carro e não sabe o que fazer a hora que o carro para. Veio a viatura, olharam o indivíduo(quando a viatura vem, é sempre indivíduo, ou elemento) e diagnosticaram: " é um curiango muito comum nesta região". Quer dizer, vieram,viram e desprezaram.Mas não venceram. Contestei e me achei no direito de pedir uma segunda opinião. "É, acho que é um curiango, mas vamos levar para o zoo de Sorocaba, onde podem classificá-lo melhor". Ah bom.Só recomendei que cuidassem bem dele na viagem e não, não quero saber o resultado final sobre a espécie a que ele pertence.Com todo o respeito aos curiangos, que não conheço,e em homenagem aos personagens a quem temia na infância, prefiro perpetuar o mito que um dia, um gavião errante, veio demonstrar que aquele temor que tínhamos na época, na realidade foi criado por adultos.Era puro preconceito. Por que eu lembrei do ser emplumado? Explico: Hoje, houve uma nova invasão do nosso espaço aéreo. No caso, rasteiramente. Novo ser, desta vez, apode, resolveu se infiltrar em nosso pacato lar. Imaginem o bafafá! Uma serpente,vindo sei lá de onde e nem por que meios, se instalou em meu banheiro predileto, aquele onde religiosamente às 7 hs da manhâ, horário de verão oficial, respondo aos chamados fisiológicos. Quais minhas opções? Lembrei dos meus tempos de escoteiro(na realidade nunca passei da categoria "Lobinho",ou seja aspirante a Escoteiro) O manual do Escoteiro Mirim ensinava: Verifique se a cobra é venenosa, observando se sua cabeça é triangular, se o rabo afina repentinamente, se tem escamas, etc . Bom, não seria mais fácil se elas viessem com código de barras ,com leitura à distância, pois ela não vai ficar esperando você decidir se pede desculpa por ter-lhe incomodado ou joga o manual do escoteiro na sua cabeça. Mas lá também ensinava: "Caso a víbora seja venenosa e você estiver acuado, procure primeiro acertá-la com um porrete (MEU REINO POR UM PORRETE) bem no meio de sua espinha dorsal, que tirará totalmente sua capacidade de dar o bote e em seguida, acerte o porrete ou uma pedra(UMA PEDRA, PELO AMOR DE DEUS, QUE MEU REINO JÁ TROQUEI POR UM PORRETE) na cabeça do réptil(PS :DEUS, NÃO ESQUEÇA DE ME DAR A PONTARIA)" Bem didático. Minhas opções: Capturá-la viva.Não consigo. É muito complicado e não tenho aquele alicatão comprido que os homens da TV têm. Agitar os braços gritando XO XO XO, não funcionou nem com o Gavião-curiango, imagine com a prima da Anaconda. Só se ela morresse de rir. Posso pegar um pau, entrar no banheiro, matar a cobra e mostrar o pau. Não seria o meu primeiro "cobricídio". Mas idéia de ficar mostrando o pau por aí também não me agradou.. Pense nas conseqüências: Banheiro todo ensangüentado, teria que lavar. Teria que jogar o corpo da cobra em algum lugar. O famoso pau , no caso uma vassoura,poderia ficar inutilizado. Imaginei as manchetes : "Aposentado é preso ao tentar se livrar do cadáver do animal silvestre em lixão" "Idoso confessa ter dado pelo menos 15 cacetadas na cabeça do reptil" "Perícia comprova: Desempregado lavou cena do crime com sabão em pó, para ocultar indícios" Aí entra o Datena: " Arma do crime é encontrada pendurada no porta vassouras da esposa do suspeito, atrás da porta da cozinha. Põe o safado na tela". Ainda bem que não quebrou a vassoura.Mas não posso esquecer da blusa prá esconder o rosto. Foi aí que decidi. Peguei meu celular e liguei 193. Os bombeiros vieram, encaixotaram e levaram o ofídio embora. Também não me interessei em saber se era uma cobra d'agua ou uma jararaca ou talvez até uma cascavel. Espero só que eu tenha contribuído para que ela, assim como o suposto curiango gavião, sobrevivam e mantenham a espécie, num habitat que lhes seja propício. Desde que esse habitat seja bem longe da minha casa .

domingo, 31 de outubro de 2010

PÓS ELEITORAL Atendendo a milhões de pedidos( nenhum, na realidade) traduzirei o meu "post" de ontem(Prévias eleitorais): VAI DAR MERDA!!!!! E NÃO É QUE DEU MESMO!!!!!! E para tentar amenizar as agrúrias dos próximos 4 anos, de outro versinho me lembrei e "data vênia" peço licença para declamar: "Fui no mato cortar lenha, a lenha cortou meu pé. Amarrei com fita verde, Banana não dá caroço"

sábado, 30 de outubro de 2010

PRÉVIAS ELEITORAIS "Tudo isso, é devido às quadrujumências superlativas, berpiológicas e peripatéticas, que regem as matérias mefistofélicas, metalúrgicas e siderúrgicas, confringindo os espaços bestificados pela burrologia amestrada. E se dizes isso por mera ignorância do que estás dizendo, receberás da minha parte o perdão.Mas se dizes isso em ofensa às minhas mais altas prosopopéias morais e intelectuais, previno-te, dar-te-ei tamanha pimbocada no alto de sua sinagoga, expondo seus encéfalos aos raios do sol causticante do deserto, onde mais tarde, germes repugnantes virão devorar sua carcaça imunda" E para esquecer essas cenas profanas, um versinho recitarei: Lá no alto daquele morro, passa boi, passa boiada. Nossa! Que movimento!!!!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

"SÃO OS DEUSES, ASTRONAUTAS?" ou " O PODER DA CRIAÇÃO" ou ainda " IN GOD, WE TRUST" Força nenhuma no mundo interfere, sobre o poder da criação” Paulo Cesar Pinheiro Ouso acrescentar: Nem sobre o poder da destruição. Nem sobre a iniqüidade, a injustiça, o desmazelo, o mal-feito. Justiça. Igualdade, Liberdade, Fraternidade, abre as asas sobre nós. Talvez seja pouco, muito pouco. Para mim, sei que é pouco.Pouca gente. Muito pouca.Pouca esperança, pouca fé.Pouca asa. Pouco sentido. Invejo meu pai, que a certa altura de sua curta vida, segundo suas palavras, "vi numa parca radiografia, o retrato fiel de uma vida". A radiografia e a vida, eram dele. A sabedoria, idem. Meu pai,tenho certeza, não era um astronauta. Mas os Deuses sim, devem ser astronautas. Procuro neles o poder da criação e não acho. Cadê a cura, o salvamento,o caminho?Só encontro parábolas, dogmas e interpretações. Para mim, também é pouco, muito pouco. Pouco mesmo. Suas vestes e suas auréolas, na realidade devem servir para camuflar seus equipamentos de sobrevivência numa atmosfera que de tão hostil como a nossa, nós mesmos encontramos dificuldades para continuar existindo.Além de eventuais armas para nos destruir, no momento que melhor lhes aprouver. Ou não. Se sou revoltado?não, eu não sou revoltado. Hoje estou revoltado, não por mim, mas por muitas pessoas que nem conheço, e por elas nada poder fazer, exatamente por não ser deus, nem astronauta. E nessa condição confessa de descrente, nem pelas pessoas que realmente amo. Sejam elas astronautas ou não. Antes eles ou eu, o fossemos.

domingo, 24 de outubro de 2010

HIGH TECH A tecnologia sempre me encantou. Adorava Julio Verne, que em seus livros apresentava coisas tão fantásticas e inverossímeis, como o telefone sem fio, televisão, submarinos nucleares( imagine só, na idéia dele, seriam movidos com átomos. Átomos, aquele negocinho pequeninho vai mover um submarino!!!), viagens à Lua, ao Centro da Terra, volta ao mundo em 80 dias, etc.. Isso sem falar no "Flash Gordon" e suas naves espaciais, armas devastadoras,capazes de destruir a Terra ,luzes tão concentradas que podiam tanto cortar o aço, como auxiliar em delicadas cirurgias.Acho que eles até imaginavam que essa luzinha um dia pudesse vir a substituir as agulhas de diamante para reproduzir sons nas velhas e boas eletrolas. Seria legal. Até sugiro um nome para a tal luzinha: ALER, sigla para Amplificação da Luz por Emissão estimulada de Radiação. O problema é que em inglês a sigla ficaria feia "LASER" Eu curtia até o cinto de utilidades do Batman, que acabava safando nosso herói de enrascadas, utilizando a tecnologia na luta contra o crime. Hoje a tecnologia não me surpreende mais. Encaro numa boa os caixas eletrônicos, mesmo aqueles que você coloca a mão para a biometria, o que dificulta bastante a vida do ladrão. Hoje, além do cartão e a senha, ele vai ter que levar sua mão também p/ fazer um saque.Epa! será que os bancos pensaram nisso quando criaram essa máquina? Ele pode não te levar, mas sua mão, vai com anéis e tudo..... Mesmo sem entender a lógica do negócio, aceito que o microondas faça vibrar as células do alimento aquecendo o rango pelo atrito e utilizo-o para fazer minhas pipocas, aquecer um café ou um leitinho. Confesso que ainda apanho no DVD player( o video cassete era bem mais simples, apesar do "por favor rebobine a fita ao final" senão tinha multa ao devolver à locadora. Celular, tenho basicamente para falar. Não sou muito chegado a SMSs, torpedos, videos, fotos, GPSs, jogos e mais mil e uma utilidades que sei que ele tem e as operadoras vivem tentando enfiar no seu plano a módicos poucos réis. Eu disse acima que a tecnologia não me surpreende mais. Mentira. Esta semana, tive uma prova que ela é inexorável. Implacável. Inusitada. Inesperável.E mais um monte de "i". Só não é "imexível", "imota", "inerte". O fato: Eu, internauta mediano, me viro até que bem com os "downlouds, layouts, googles, you tubes e outloocks da vida, mas numa bela manhã, o "speedy" meu de cada dia estava com preguiça. Não entrava nem a página inicial, apesar de estar tudo devidamente conectado.Desliga daqui, liga ali, espera 5 minutos, liga de novo e aquela bolinha ficava girando e continuava nada. Liga p/ a Telefônica. 103 15. Após digitar milhares de informações e conversar com uma robôta(ou é robôa?) muito simpática e educada, consegui falar com uma ser humana, tão educada, mas não tão simpática como a robôa(ou será robota?), que me solicitou todas as informações que eu já tinha digitado para a robótica(nem robôa, nem robota) acima citada. Expliquei meu problema, e vários minutos após, seguindo suas instruções, desliguei o modem, informei quais lampadinhas estavam acesas, quais estavam piscando, se rápido ou devagar e vários aguarde mais um momento,que eu estou fazendo um teste e um procedimento, etc etc etc...a linha caiu. Agora eu poderia usar o "copiar e colar" 3 vezes para o parágrafo acima, mas para poupar os olhos cansados dos parcos e desavisados que me acompanham, vou para o final da 5a.ligação, quando já estava a fim de, a exemplo do Ruy que tentou sem sucesso, pedir para falar com o Don Juan Carlos, Rei da Espanha. A moçoila que me atendeu, depois de todos os procedimentos infrutíferos exaustivamente tentados, me pediu para pegar um palito de dentes.Instintivamente, procurei um virtual pedaço de alface, ou sei lá o que pudesse estar entranhado entre meus dentes.Peraí! Meu computador não tem câmera.Ela não está me vendo! Bom, pensei, lá vem gozação. Talvez a expressão "palito de dente" seja algum periférico, como o mouse, pen drive, sei lá, na linguagem cibernética.Se ela tivesse pedido um fio dental, uma escova com cerdas altamente desenvolvidas para combater os germes, ainda vá lá! Mas um palito de dentes!!!! Não, não tenho. O que eu tinha à mão, eram lápis, borracha, grampeador e outros objetos mais afeitos a um humilde escritório, além de um saquinho de Fandangos pela metade e já moles, e o mais parecido com o inusitado instrumento de higiene era um clip. Serve? A resposta foi categórica: "Senhor José ( meu nome de guerra) para o procedimento a seguir é indispensável um palito de dentes pontiagudo, de madeira" .Putz. Nada de Leds, wireless, laser, titânio, aluminio. Ponto para a moçoila. Mesmo correndo o risco de parar nas "pegadinhas do Faustão", pedi um minuto, corri para a cozinha, voltei com uma caixa de "Gina"(hoje essa Gina deve estar com uns 130 anos, né?Eu lembro que era molequinho e ela já estava sorrindo nas caixinhas), roliços e pontiagudos, de madeira, atendendo todos os requisitos solicitados. Novas instruções da súdita do Juanito : "Atrás do seu modem, ao lado do botão on/off, existe um orifício(êpa) pequeno. Introduza(êpa) o palito nesse orifício e conte até dez, bem devagar(êpa)" . Já entendi. Quando chegar a dez, vai aparecer o cameramen, mais um monte de gente gritando " PEGADINHA" . Mas como não vi aqui no meu "bunker", nenhuma possibilidade de haver uma multidão escondida, resolvi correr o risco. 1,2,3,4,5,6,7,8,9 e ....10!!!!!!!!!! Não apareceu nenhum gozador. Ufa!!Mas também nada aconteceu. Depois de falar o tradicional Pronto! , a Rainha Sofia, esposa do Joãozinho(é, fiquei íntimo da família Real, e daí?) que me atendia, me orientou a tentar novamente a famigerada conexão e que navegasse tranquilamente, pelos mares que dantes costumava navegar.E que desde então e pelo menos até agora,continuo a navegar, graças a um prosaico, fora de moda( alguns dizem até que é falta de educação utilizá-los à mesa) palito de dentes. CULTURA INUTIL: Na décadas de 1840 e 1850, o norte americano Charles Forster esteve no Brasil, para ajudar nos negócios de um tio que vendia móveis. Forster, em Pernambuco, encantou-se com a beleza dos dentes das mulheres brasileiras que usavam palitos de salgueiro. De volta aos EUA, contratou um inventor de máquinas que possibilitasse a criação de um equipamento de produção de lascas de madeiras. Em 1870, já produzia mais de 1 milhão de palitos de dentes por dia com qualidade e ótimos custos. "O BRASILEIRO É TÃO BONZINHO, NÉ?!!!" "O NORTE-AMERICANO É TÃO ESPERTINHO, NÈ?!!!" Já ouvi essa história antes, não sei onde. Mas se o tal de Forsters, que morreu milionário em 1901, fosse um Julio Verne, teria registrado o "seu" invento como uma "Ferramenta Auxiliar na Restauração e Reparação de Falhas na Conexão de Periféricos Intermediários Entre um Equipamento Eletronico à Uma Futura Rede Mundial de Informações". FARRFCPIEEEUFRMI. Essa sigla em inglês deve ficar pior ainda. E o tal de Forster talvez tivesse morrido pobre. Em todo caso, hoje na minha caixinha de clips, tem sempre um palito de dentes. Se a conexão do speedy não cair, existe sempre a possibilidade de um resíduo de fandango estar incomodando.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

TONINHO POETA Dando uma folga para as pescarias, lembrei de um "causo", que, por não ter assistido pessoalmente, não posso atestar sua veracidade,mas que na época foi exaustivamente divulgado. O que vou relatar, pode até ser folclore, e a única coisa que posso garantir é de ter ouvido a estória do próprio personagem principal. Por seu teor trágico-hilário-inverossímel, resolvi registra-lo aqui, neste pequeno, modesto, porém sincero e segundo alguns, até simpático espaço virtual. Claro que os fatos, verídicos ou não, ocorreram há muito tempo atrás, e necessário se faz, para conhecimento dos mais jovens que não conheceram a peça, traçar um perfil do ator principal. Fácil. Pegue um compasso e faça um círculo. Ponha uma barba nesse círculo, acrescente uma dose generosa de simpatia misturada com talento e generosidade e pronto. Temos o retrato falado do Toninho Poeta. Bom músico,compositor, excelente papo, amigo, topava qualquer parada. Acima de tudo, era um Boêmio, não só por opção, mas por natureza, e como ele dizia, até por obrigação, se é que me entendem. Todos os seus genes eram boêmios convictos. O fato que correu o circuito músico-barsistico sanroquense começou numa festa numa residência, para a qual Toninho foi chamado para, com sua simpatia e música, entreter os convivas. Tudo correu às mil maravilhas até que, uma necessidade fisiológica obrigou nosso herói a uma pausa musical, para um pit-stop no banheiro. E o pit-stop não era daqueles simples, rápidos. Era dos mais complexos, digamos, mais substanciosos. Depois de alguns minutos, visitas e anfitriões foram surpreendidos com um estrondo, seguido de gritos e palavrões, mais barulho, mais gritos. De repente, silêncio. Só se ouvia o esguicho de água. Todos correram para a porta do banheiro, bateram chamaram e nada. A solução foi arrombar a porta. Lá dentro, o próprio Armagedon. Vaso sanitário, pia, armário do banheiro, tudo literalmente destruído. No chão, entre água, sangue e o produto substancioso acima citado, jaziam desmaiados os mais de 100 kgs do trovador beijoqueiro. Atendimento médico providenciado, ficou, além dos prejuízos materiais, que não foram poucos, faltando a dinâmica, o "modus operandi", e principalmente a causa para tamanha e tão inusitada tragédia. O depoimento do menestrel, foi simples e singelo: " Bom, depois de dar uma bela c@#g@%da , satisfeitíssimo, puxei a descarga. Só que a po$r#r@ da cordinha quebrou!!!. PQP meu, eu não podia deixar minha obra ali, sozinha, prá posteridade julgar!Resolvi subir no vaso e acionar a válvula dentro da caixa.Manja aquelas caixas de descarga que ficam no alto?Pois é. Simples e rasteiro.Só que o fi%lhod@pu&8#t@ do vaso não agüentou meu modesto peso e virou. Claro que instintivamente agarrei na laz#@re$%nta da caixa de descarga, que também arriou, caí de costas,derrubando o armário, quebrando o espelho,espalhando escovas de dente, pasta, shampoo, perfume e sei lá o que mais, bati a cabeça na pia, que se esfarelou, o cano arrebentou jorrando água prá todo lado.Aturdido, em menos de 1 segundo me vi deitadão, com a barriga pra cima, água esguichando, com Bo$3%ta, sangue, vidros de perfume em volta de mim, escutei pessoas berrando e arrombando a p#u$t@ da porta e fiz o que qualquer cidadão de brios e com vergonha na cara faria. Me fingi de morto. Aliás, preferia mesmo ter morrido nessa hora.Continuei com os olhos fechados mesmo enquanto algumas almas caridosas despejavam baldes e mais baldes de água sobre mim.Compreensivelmente, ninguém em sã consciência iria prestar os primeiros socorros nas condições em que eu me apresentava."Tem que limpar o cara primeiro", falou um. "Eu até ajudo a carregar o presuntão, mas respiração boca a boca, nem pensar!!"falou outro. Tava com dor prá ca$#r@@l@ho, mas decidi que só daria sinal de vida a hora que percebesse que estava razoavelmente apresentável. Afinal, a imagem é fo$%$da, meu. Se é "vero", não sei. Mas fico imaginando a cena e na certeza que deve ter sido um dos finais de festa mais trabalhoso e constrangedores que já existiram. Alguns anos após a efeméride, nosso amigo foi morto, covardemente, em sua própria casa. Além da perda do amigo, só posso lamentar minha fraca memória que só conseguiu guardar de suas composições, uma única estrofesinha ( nem sei se correta) de um samba de breque, que era a grande paixão dele: "Joaquina Conceição Torrada, Teve Morte instantânea, ataque cardiáco" ( assim mesmo, acento no "áco") Sei que é pouco, mas como falei acima, neste pequeno,humilde e virtual espaço,sempre procuro exaltar o valor da memória, da lealdade,do bom senso, e principalmente, da amizade. Minha contribuição, ou melhor, minha obrigação, é, parafraseando o "homem da Lua" tentar divulgar essas pequenas passagens para a humanidade, mas para mim, gigantescos passos para a formação do meu caráter.

sábado, 16 de outubro de 2010

O "causo" abaixo, foi escrito pelo meu irmão Ruy, e publicada na Revista Pesca e Companhia, que é considerada a "Bíblia" dos pescadores. Essa pescaria aconteceu em 1.984 e os personagens foram, além do Ruy(Olhocompano) o Vinicio(Chumbate), nosso saudosíssimo Spencer(Mestre), cujos "zóios" realmente serviam de referência aos jacarés e eu(Arnica), prá completar o time. Nossos piloteiros eram o Biguá( barco do Ruy e do Vinicio) e o Batata(meu barco com o Spencer).Mas essa noite não acabaou tão tranquila assim não.Houve um pequeno contratempo( um dos barcos ficou à deriva) que eu contarei num próximo post. Fiz a transcrição diretamente do original do Ruy, pois a Revista fez algumas adaptações,talvez por problemas editoriais.Mas vamos ao "causo": UMA PESCARIA NO PARAÍSO DOS DOURADOS! Lembro-me que há muitos anos atrás na segunda pescaria que fazia no Pantanal, após uma primeira aventura decepcionante, quando despreparados e inexperientes sofremos imensamente com o frio do Pantanal. Muita chuva, frio e o objetivo principal, é claro, o peixe, completamente escondido. Isso depois de uma viagem de trem, que partia de Bauru, o famoso Trem da Morte, cujo destino final era Santa Cruz de La Sierra na Bolívia. O trem da morte partia de Bauru e depois de mais de 32 horas e mais de cem estações chegávamos a Corumbá, mais precisamente na Vila Albuquerque, distante 70 quilômetros da cidade. Hospedagem no pesqueiro em uma “palafita” que chamávamos de Biguazeiro. Nesta segunda aventura(progresso : fomos e voltamos de avião) éramos 4 amigos ansiosos, ainda com as lembranças da pescaria do ano anterior. Depois de dois dias de frustação, observamos um grupo de pescadores que chamávamos de os “Bota Branca”, pois todos usavam uma bota branca de borracha e equipamentos de primeira qualidade. Toda manhã eles chegavam carregados de peixe e nosso grupo inteiramente “sapateiro”. Obviamente sofríamos gozações de todos os tipos. “Mordidos” e principalmente querendo tirar a “barriga da miséria” passamos a estudar seus movimentos e observamos que eles saiam mansamente durante a noite e voltavam de manhã. Um dos nossos piloteiros logo gritou...Barranco Limpo! É lá que eles estão pegando, mas, desanimado, acrescentou...”não dá, pois ali apenas um bote pode apoitar”. Foi ai que decidimos “dar o chapéu” nos Bota Branca. Fomos para o jantar, bebemos e comemos tranqüilamente e disfarçadamente demos boa noite a todos como se fossemos para a cama. Em 3 minutos estávamos prontos e partimos com dois botes para o “matadouro”. Realmente apenas um barco conseguia encostar na margem no ponto certo de arremesso. A isca caia exatamente em uma grande corredeira. È claro que os lançamentos eram feitos no escuro total, iluminado apenas pelos dois olhos vermelhos de um grande jacaré que decidiu se enroscar do nosso lado. Acho que foi atraído pelos “pequenos zoios” de um dos companheiros. Passamos a revezar o ponto único e a pescaria foi maravilhosa. Pegamos 15 dourados em menos de duas horas. Justamente dourado, um dos mais cobiçados peixes de água doce, chamado de “rei do rio”. A captura do dourado é emocionante pois trata-se de um peixe voraz e “brigador” quando é ferrado. O mais interessante é que o dourado somente era ferrado se o anzol caísse em um ponto exato a cerca de 15 metros do barco. Sentíamos o bater da isca e da chumbada nas pedras da corredeira e era só se preparar para ferrar. Ficamos satisfeitíssimos quando os “Bota Branca” chegaram e nos encontraram no local. Demos o troco nas “gozações” com muito prazer. Lembro-me ainda que no dia seguinte, último dia de pescaria, decidimos pescar em frente ao hotel, ao invés de rodar uma ou duas horas de barco atrás do peixe. Ainda não havíamos conseguido pegar nenhum pintado, mas já estávamos conformados e satisfeitos com a produção de dourados. Ali em frente, local chamado de “pronto socorro” somente barbados mordiam a isca. Surpreendemente, logo na primeira rodada, cada um “puxou” um pintado “de medida”. Entre alguns “barbados e palmitos” , em pouco mais de uma hora fisgamos 18 pintados. Obviamente, aguardamos ansiosos a chegada dos “Bota Branca” para mostrar a produção do dia, com cerca de 30 peixes, enfileirados no “varal”. As fotos estão ai para provar. È só pedir!!! Foi uma pescaria inesquecível, como muitas outras que realizamos, porém essa teve um gosto especial, pela rivalidade com os “Bota Branca” e pelo prazer da primeira real pescaria.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

UMA ESTORINHA MUITO DESINTERESSANTE É muito dificil começar o relato de um fato,ou acontecimento, que de antemão sabemos que não foi e nunca será interessante para ninguém, a não ser aos próprios personagens. Ainda mais com as limitações literárias, notórias e reconhecidas da minha parte. Mas sempre existe a esperança de que alguém, um espírito bom e com paciência, consiga entender a beleza da amizade sincera e verdadeira,com os fatos, que para variar, aconteceram a muitos, muitos anos atrás.(porque será que tudo que vou contar aconteceu em tempos remotos?será que estou ficando velho?) Não sei exatamente o ano, mas sei que foi de 1975 prá frente, pois a Brasília quase amarela(era bege) era desse ano, e cujas placas, curiosamente lembro perfeitamente(ZF-7005), também foi protagonista. Éramos três amigos, quase irmãos, reunidos ao lado da Igreja Matriz de S.Roque. A Igreja não tem nada a ver com a história, mas quem mandou construir a Matriz bem em frente ao Bio's Bar, né? Resumindo, a gente tava tomando todas no boteco,pronto! Entre uma Antarctica casco escuro e outra(naquele tempo, a Antarctica era a no. 1, principalmente se fosse casco escuro), comentei com meus dois amigos-quase-irmãos,que dali a alguns dias iria viajar a trabalho para a região de S.José do Rio Preto, Araçatuba, incluindo Ilha Solteira, cuja usina seria inaugurada em breve. Um dos meus interlocutores, como era do seu feitio, logo se assanhou, se oferecendo e já convidando o outro para irem juntos, pois enquanto eu estivesse suando para garantir o pão em minha casa e pagar a conta do Clemente do Bio's, eles poderiam ficar pescando!!! Lógico que a princípio, a inveja falou mais alto e não gostei da idéia, colocando um monte de obstáculo: Meu carro era um fusca ( também ano 1975, mas desse não lembro a placa) como iria acomodar 3 marmanjos mesmo que-quase-irmãos, mais nossa bagagem, além da barraca,da tralha de pesca e meus catálogos e mostruários? Afinal, era uma viagem de mais de 1.400 Km entre ida e volta. Foi aí que entrou em cena a famosa Brasilia-quase-amarela. A conversa foi indo,foi indo e acabou fondo. Num belo dia(licença poética, pois tava chovendo pra caraca) partimos para a viagem de negócios/lazer/turística/pescativa. Perto de Ilha Solteira, deixei-os, às margens mais ou menos plácidas da represa, com tralha e tudo, e profissional zeloso e consciente que sempre fui, parti bravamente para me desincumbir das minhas obrigações. O que eu não sabia era que, além de um excelente profissional, tinha mais uma virtude! Era rápido prá caramba! Pois não é que consegui em três dias executar todas as tarefas previstas para uma semana? Prefiro omitir o nome da empresa que trabalhava, senão corro o risco de que queiram me recontratar, depois de trinta e cinco anos. Ou cassar minha aposentadoria. Tá bão. Foi um pequeno escorregão, desculpem. Resumindo, no 3o. dia, eu já estava ajudando meus dois amigos a cumprirem o restante da agenda, a parte mais árdua,ou seja, lazer, turismo e pesca.(eles estavam precisando tanto de ajuda!!!) Um deles ( o assanhado) era aluno(há uns trinta anos, mais ou menos) da Unicamp e conseguiu com um professor, uma carta nos apresentando na obra da Usina, que apesar de não ter sido inaugurada ainda( estavam esperando um general, marechal, sei lá, apertar o botão on, que na realidade só toca uma buzina) já tinha algumas turbinas funcionando. O engenheiro que nos acompanhou( conhecemos toda a obra por dentro e por fora) comentou que as visitas ali eram raras por ser toda área considerada de extrema segurança nacional( tempos da tal de " página infeliz da nossa história" cantada por Chico), e que ele abriu uma exceção em deferência ao citado professor, e que dali a alguns dias, o exército assumiria toda a responsabilidade do complexo, impossibilitando qualquer tipo de visitas. Por falar em visitas, no ultimo dia do acampamento, parou um carro perto( desse também não lembro a placa. Nem que carro era. Nem a cor do baita eu lembro. Voces tão querendo muito também,né?) Lembro que desceu um senhor, com seu filho pequeno e mais um cidadão, que depois ficamos sabendo ser o capataz dele. Ele nos contou que viu a placa ( a famosa ZF 7005) da Brasilia(que já devia estar amarela de tão cansada), e nos contou ser devoto de São Roque, e vinha praticamente todos os anos para as Festas de Agosto. Papo vai, papo vem, nos contou que aquelas terras onde erigimos nossa modesta e provisória, porém digna morada, eram dele, e nos convidou a entrar e pescar na sede da fazenda. Ainda bem que naquela época não existiam os Sem Terra de hoje, senão seríamos recepcionados a bala. Meio ressabiados, acabamos fondo de novo. O cidadão que o acompanhava, que nessa altura já sabíamos ser o capataz da fazenda, nos levou de voadeira até uma casa de palafita, no meio da represa, onde passamos a noite pescando, literalmente da varanda. A bem da verdade, pescando é modo de falar, pois o ser mais próximo a um peixe que envarandamos( quando a gente pega um peixe e o coloca dentro do barco não dizemos que o embarcamos? Pois é. A gente estava numa varanda, logo....) foi uma piranha( umazinha só e de umas míseras 250 gramas, coitada) que um dos meus amigos-quase-irmão (não o assanhado, o outro) conseguiu fisgar(tivemos que aguentar ele se gabando por muito tempo.E pelos cálculos dele, pesava pelo menos um quilo). No dia seguinte, o plano era sair bem cedo pois tínhamos um casamento para assistir em São Roque.E para complicar, um dos meus amigos-quase irmãos( o assanhado) era simplesmente o padrinho. Mas, chegando na sede da fazenda, banho tomado, café típico de fazenda, com mirs coisas na mesa, o convite para o almoço. Entre os argumentos que nos impediram de recusar , além do tatú que tinha sido caçado especialmente para nós ( espero que a Marina SIlva não siga meu blog) estava o da desfeita.Não podíamos magoar nosso anfitrião. Regua de cálculo na mão, mapas, trajetos e outros planejamentos, aceitamos o convite, desde que num horário compatível com a nossa volta a tempo. Interesses de ambas as partes satisfeitos, trato feito,tatús devidamente devorados(acho que naquela época e região, talvez nem fosse crime hediondo e inafiançável a caça ao simpático mamífero de armadura), pusemos em pratica a logística da volta, com um rodízio de motoristas, em turnos de 2 horas cada um dos três, só com paradas para abastecimento( e como bebia a tal de Brasilia, meu!!! Cacete!!!) Enfim, vencemos os mais de 600 km que nos separavam do Bio's Bar, ops, quero dizer, da Igreja Matriz de São Roque a tempo de assistir ao casório. Vale dizer que naquela época as estradas não tinham pedágios, mas em compensação eram ruins que nem uma disgrama. Mas a Brasilia aguentou o tranco. Como o próprio título diz, sei que esta é uma estória desinteressante, a não ser para os seus personagens que vivenciaram essa pequena aventura. Como dois dos meus amigos-quase-irmãos resolveram partir, e eu não quis que a importância dela ficasse restrita somente a mim, resolvi pelo menos dedicá-la a algumas pessoas: Ao Caco, Zé Du e Celso, filhos do amigo não tão assanhado assim. Ao Alberto, filho do próprio assanhado. E ao Gustavo e Guilherme, filhos do operário padrão, não fosse uma pequena nódoa em seu currículo, que neste momento vos digita. Não sei ao certo, mas acho que talvez só o Caco já tivesse nascido naquela época, mas acompanhei o crescimento de todos eles e me sinto recompensado ao ver que hoje, todos homens formados, continuam simplesmente AMIGOS, como seus pais o fomos por tanto tempo. Um agradecimento especial à Cida, Solange e Lena, que, não sei como, sempre(ou quase sempre) nos aturaram,e sem a paciência das quais, este filme jamais teria sido realizado. E nem essa amizade teria se consolidado. THE END

domingo, 26 de setembro de 2010

Minha casa,lugar que não poderia deixar de ser, amo, 26 de setembro de 2.010, 04:00 hs. Agora a pouco, vivi um dos melhores dias da minha vida. Pensando bem, agora a pouco, estou vivendo um dos meus melhores anos da minha vida. Agora a pouco, eu era um menino ramelento, pés descalços, chutando bolas de meia no meio da rua. Agora a pouco, eu era um pivete brincando de policia e ladrão. Agora a pouco, eu era um aluno mais ou menos médio, tentando entender a lição. Agora a pouco, me tornei jovem, comecei a construir meus sonhos. Agora a pouco, encontrei a mulher que amo e que me ensinou a realizar esses sonhos. Agora a pouco, me tornei pai. Duas vezes. Pouco a pouco, eles cresceram. Parece que foi agora a pouco. Mas pelo tanto que me acrescentaram, tenho certeza que fico em débito com eles. Obrigado Gustavo, pela Bruna e pelo Felipe.(sem esquecer o Chubaquinha) Obrigado Guilherme, pela Eliana( a Giovanna e o Tobi também, lógico) Obrigado aos dois, por terem entendido a mensagem que eu e sua mãe, sempre tentamos transmitir a vocês. Agora a pouco, tomei consciencia, que não fomos nós, eu e Lena que inventamos essa, digamos, filosofia, do nada. Nem os pais da Bruna, nem os pais da Eliana. Nós todos , na realidade, só tentamos assimilar aquilo que aprendemos com nossos pais. E que tenho cereza voces transmitirão aos nossos netos.

sábado, 3 de julho de 2010

ESPELHOS DA ALMA

Algum poeta disse que "os olhos são espelhos da alma". Sei que não existe nenhum embasamento científico nessa colocação, mas se for verdade, minha alma deve estar em pandareco nesse momento. Prá falar a verdade, acho que ela SEMPRE esteve em pandarecos, senão vejamos: Descobriram que eu era um míope daqueles "fundo-de-garrafa" nos primeiros anos de ginásio. Claro que já o era no primário.Tanto que nas aulas sentava sempre nas primeiras carteiras,quando meu desejo sincero era sentar lá atrás, no fundão, junto com a turma brava. Quando enfim descobriram minha "miopês", ganhei um exame que na época chamava-se " de vista" e hoje sofisticaram para " oftalmológico". Ao sair da "óptica" ( hoje laboratório oftalmológico) paramentado com o primeiro par de óculos, fiquei meia hora admirando um "Gordini" que estava parado na rua(que era o que ele mais sabia fazer: ficar parado na rua, nem sempre por vontade do seu dono), notando suas curvas, seus faróis, as maçanetas. Claro que eu já tinha visto e reconhecia o simpático carrinho, alegria de todos os mecânicos, mas, nunca tinha visto seus paralamas, seus parachoques, suas portas, com tamanha riqueza de detalhes. Só quem é míope entende do que eu estou falando.Quem não é, pode fazer um teste, colocando os óculos desses bravos, 5 ou 6 gráus e olhar para um carro. Não precisa ser Gordini, pois vai ser difícil achar um,mas pode ser uma BMW. A sensação será a mesma. As imagens ficaram mais bonitas para mim na era 'D.O". (Depois dos Óculos). Mas minha alma não se aquietou. Hoje existem óculos de todos os tipos, raça, cor, credo e religião. Ontem, por exemplo, notei que o Galvão Bueno(aquele, o cala a boca) estava usando um par de óculos quase imperceptíveis,quase invisíveis.Devem pesar uns 5g no máximo.(Argh! por que fui lembrar disso? Levamos uma laranjada de 2 x 1!!! Buáaaa) Na época eram aquelas armações pesadas, e as mães gostavam daquelas "mais resistentes" ou seja, mais pesadas ainda, e juro, a cada grau que subia, a impressão que eu tinha é que eram acrescidos uns 2 kgs de vidro em cada lente. Quem mais sofria era o nariz, principalmente no verão. Aquele trambolho todo, teimava em escorregar p/ a ponta, você empurrava pra cima, ele descia, voce empurrava... Resultado, assaduras e feridas. Fora as gozações clássicas,ainda existiam as restrições profissionais e até esportivas. Ninguem gostava de escolher um "4 olhos" para o seu time, por exemplo. Quer dizer, apesar do cérebro estar recebendo imagens mais nítidas e bonitas, a alma ainda não tinha o reflexo ideal. Ainda estava recebendo algus "spams". Assim passaram-se os anos(muitos) e vários pares do dito cujo("mais muitos" ainda) "ócrinhos" mais leves, lentes de acrílico, primeiro bi e depois multifocais,aro sei lá do que, e principalmente aquilo que todos os oftalmologistas falavam : " com a idade, a miopia estabiliza, não aumenta mais". Estabilizou? Sim, claro. Estabilizou. E a alma? Acarmô a bichinha?Que nada! Os espelhos resolveram de repente criar uma catarata cada um! Logo catarata, meu! Não podia ser uma cachoeirinha, uma torneira, um conta gotas? Não, veio logo a Niágara e a Foz do Iguaçu, ao mesmo tempo. Fazer o que? Feita a cirurgia, que era o ônus, veio o bônus: a velha e boa miopia foi curada. Certo, dona alma, agora as imagens são bonitas, perfeitas, o nariz e as orelhas (tinha esquecido delas) agradecem, tá tudo certo, né? Errado.A miopia, estabilizada pela idade foi finalmente curada pela cirurgia de catarata, que surgiu por causa da idade e da miopia. E por causa da idade, agravado por tantos anos de miopia e pela cirurgia de catarata, a retina resolveu descolar-se e tome cirurgia. A sorte é que hoje, com um olho só funcionando, deu pra ver Los hermanos levar 4 da Alemanha AH AH AH AH. Pelo menos hoje, com um dos "espelhos" mais vermelhos do que pimentão, vou dormir com a alma lavada.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

VUVUZELA NI NÓIS Vi no site kibe loko , copiei, colei e chorei. Os tribunais superiores do país se propõem a pagar até R$ 8.479,71 a funcionários que têm apenas instrução fundamental e desempenham funções de apoio, como copeiros, contínuos ou operadores de copiadora. O salário inicial é de R$ 3.615,44. Essa situação será criada pela aprovação de um projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional. A proposta dá um reajuste médio de 56% aos funcionários do Judiciário. Com ele, profissionais de nível técnico poderão ganhar até R$ 18.577,88 e os de nível superior, R$ 33.072,55 – acima do teto do serviço público, que é de R$ 26.723,13. O principal argumento dos funcionários do Judiciário para obter o reajuste é que seus salários estão defasados em relação aos dos colegas do Executivo e do Legislativo. Contudo, se os reajustes foram concedidos, os funcionários do nível técnico e auxiliar ganharão mais do que o equivalente no Executivo, o que é inconstitucional. O projeto de lei foi enviado ao Congresso em dezembro passado, com a assinatura de todos os presidentes de tribunais superiores. Em maio, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, visitou o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). O custo estimado dos reajustes no Judiciário, que variam de 52,88% a 81,85%, é de pelo menos R$ 6,4 bilhões e beneficia 100 mil pessoas. Em comparação, o aumento de 7,72% das aposentadorias acima de um salário mínimo, sancionado semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, beneficia 8,4 milhões de pessoas e custará R$ 8,3 bilhões no total. *** Pronto. Agora pegue sua bandeira e vá torcer para a seleção.

TEM MAIS ...... Senado também aprova reajuste ANA PAULA SCINOCCA - Agência Estado 17/06/2010 Depois da Câmara, hoje foi a vez de o Senado aprovar o plano de cargos e salários dos servidores da Casa. O aumento vai ter impacto de 9,82% na folha de pagamento deste ano, o que representará um gasto extra de R$ 217 milhões no segundo semestre e de R$ 464 milhões no ano que vem. O reajuste médio dos servidores da Casa, conforme proposta aprovada em votação simbólica, no início da noite, será de 25%. O aumento agora precisa ser apreciado pelo plenário da Câmara e depois seguirá para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O prazo final para a sanção é 2 de julho. A aprovação do reajuste hoje ocorreu depois de mais de duas semanas de polêmica. A proposta, que teve como relator o primeiro-secretário, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), vinha sendo guardada a sete chaves e chegou a enfrentar resistências de alguns senadores em várias reuniões da Mesa Diretora. Hoje, porém, depois de rápida reunião do colegiado no início da tarde ficou decidido que a proposta seria votada em plenário, ainda que não lotado por conta das festas juninas no Nordeste e da Copa do Mundo. Na semana passada, Heráclito havia dito que o impacto na folha de pagamento neste ano seria menor do que o aprovado hoje. "Subiu para fazer alguns ajustes, por exemplo, para que se tirasse o atrelamento do salário do servidor ao do parlamentar. Esse aumento foi em decorrência disso", justificou. Heráclito disse haver "reserva orçamentária" e que, apesar do aumento, o Senado está fazendo uma economia de R$ 100 milhões. "É o menor impacto em se tratando de reajuste. Menor do que os dos tribunais de conta, do que da Câmara", disse o senador. Na Câmara, o reajuste aprovado terá impacto de R$ 500 milhões por ano. Diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra disse que o impacto em 2010 é de 10,13% na folha de pagamento. "Mas acaba dando um impacto de 17% cumulativo, o que vai totalizar para o ano que vem R$ 464 milhões", afirmou. O reajuste contempla 6.630 servidores, sendo 3.300 concursados, 1.300 nomeados e 2.030 aposentados.

Vista sua camisa xadrez, sem esquecer de costurar uns remendos na calça. " OLHA A COBRA" "A PONTE QUEBROU" Senado aprova aumento salarial para 32 mil servidores federais Impacto nas contas públicas será de R$ 401 milhões em 2010, R$ 773 milhões em 2011 e R$ 791 milhões em 2012 estadão.com.br com Agência Senado e Agência Brasil 23/06/2010 Os senadores aprovaram nesta quinta-feira, 17, aumento de 18% para servidores do governo federal. O aumento vale a partir de 1º de julho deste ano e o percentual que será aplicado novamente à remuneração a partir de 1º de abril de 2011. O impacto previsto na folha salarial do governo federal é de R$ 401 milhões neste ano, R$ 773 milhões em 2011 e R$ 791 milhões em 2012. O reajuste foi negociado no ano passado e já consta, inclusive, do Orçamento deste ano. O projeto, de iniciativa do Executivo, segue agora para sanção do presidente Lula. Entre os 32.763 servidores contemplados estão os pertencentes ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; os agentes penitenciários federais; os empregados do Hospital das Forças Armadas; além de membros da carreira de auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Outra carreira que deve ser reestruturada em breve é a dos servidores do Senado Federal. O projeto do novo Plano de Cargos e Salários da Casa já está pronto e foi entregue à mesa diretora para ser posto em votação. Mas o texto ainda não tem o apoio de Slhessarenko e do senado Marcone Perillo (PSDB-GO), que pediu para conhecer melhor o projeto. O primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), disse que espera o apoio do PT para que o texto possa ser votado. Se o plano for aprovado, o impacto no orçamento do Senado será de mais de R$ 300 milhões entre este ano e o próximo. Pronto. Agora pegue sua vuvuzela e enfie-a onde melhor lhe aprouver.

quinta-feira, 11 de março de 2010

VIDA DE GADO II - A MISSÃO No episódio anterior, nosso herói( ou seja, eu mesmo) conseguiu entrar sorrateiramente nos domínios de um dos templos mais representativos do capitalismo selvagem, incólume. Conseguirá se desvencilhar das armadilhas burocráticas e cumprir sua missão a contento? Ou se renderá ao poder econômico avassalador que emana daquelas paredes hoje frias e cruéis, dantes, enquanto Bio”s Bar, os odores que se misturavam, provinham das batatas fritas, feijoadas, cervejas e cachaças mil? É o que veremos a seguir no segundo episódio da saga deste humilde “Homo Brasiliensis sanroquensis não tão sapiens como gostaria” Ultrapassada a barreira da porta às vezes giratória, vou direto à cestinha de acrílico e recupero os meus objetos. Seguindo as instruções recebidas, subo ao andar superior, onde antes, como já falei, era o salão do São Paulo Clube. No chão, no lugar dos confetes e serpentinas, um carpete cinza. Na parede, também cinza, no lugar das alegorias de carnaval, banners de acrílico, com fotos de gente feliz, rindo e incitando : COMPRE ! FINANCIE ! GASTE! INVISTA!!!!!! No salão, nenhum Pierrot e nenhuma Colombina. Alem dos clientes( muitos) só funcionários(poucos) alinhados e sorridentes, atrás de seus monitores de LCD. Não é culpa deles, mas hoje em todo lugar que você vai, seja consultório médico, agencia do correio, lojas, etc. o funcionário está sempre atrás de um monitor. Eles conversam com você, mas não desgrudam os olhos da tela. Após alguns muitos minutos, fui chamado pelo nome, sentei-me e fui respondendo as perguntas, enquanto o funcionário digitava,digitava, parava pensava, digitava de novo e “voilá” me instruiu a descer ao térreo( lá onde serviam caipirinhas antigamente). Sou péssimo de cálculo, não tenho nem idéia do tamanho do saguão onde ficam os caixas, mas sejam quantos hectares, acres, metros quadrados, sei lá forem, sem dúvida ele é imensamente pequeno para o numero de gado, opa, de clientes, aguardando em fila, em pé, pelo atendimento. E tem uma marcação no chão, em forma de labirinto, que você tem que seguir. Caixas, até que tem uns 5 ou 6. Mas caixas de carne e osso atendendo, só três. Um, exclusivo para FGTS e PIS. Outro, preferencial, para idosos , pessoas com crianças de colo ou gestantes. (por falar em gestantes, vocês notaram que eu abri um parênteses aqui. As mulheres dizem que a pior dor do mundo, é a dor do parto. Acho que elas falam isso por que nunca levaram um chute no saco. Por falta de parâmetros, eu considero isso um empate técnico. Fecha parênteses. Ui!!!!!). Como meus filhos não estavam à mão para que eu pudesse carregá-los, coisa que aliás, hoje eu nem conseguiria, não estou em estado interessante e no quesito idade, estou no limbo, isso é, não sou adolescente, nem criança e ainda falta um ano para virar idoso, fui para a fila dos comuns dos mortais, se é que podemos chamar de comuns aqueles boys, com uma pilha de documentos na mão para serem autenticados. Será que eles nunca ouviram falar na internet, não? Bom, se eles estavam lá, é por que o que eles tinham que fazer, não dava para resolver pela internet. Como eu. A minha fila, com umas 30 pessoas, serpenteava pelo labirinto marcado no chão e às vezes, desobedientemente, o rabo da serpente, composto por umas 5 pessoas, saia da marcação e encostava na parede lateral, para descansar. Lá vinha um segurança e impondo ordem recompunha a forma unida. Por enquanto eles ainda não estão usando aquele aparelhinho que eu não sei o nome, que dá choque e convence o boi a entrar na fila do abate. Ainda bem. Um senhor, lá na outra fila, a dos idosos começa a sangrar pelo nariz. Um segurança o acompanha até o banheiro, de onde eles retornam após alguns minutos, ele segurando um chumaço de papel higiênico no nariz, de volta à fila. Notei que na agência não tem nenhum relógio. Parece que antigamente todas as agências tinham relógios nas paredes! Comecei a pensar e realmente não lembro de ter visto mais relógios em nenhuma agência bancária! Pode ser coincidência ou até impressão minha, mas será que eles desapareceram depois que foi aprovada a lei que limita a espera na fila em quinze minutos? Sei não. Após uns 50 minutos na fila, quando aquele órgão supra citado, que é hipersensível a chutes, boladas e joelhadas já estava na meia, meu celular tocou. Atendi gentilmente, como é de meu feitio( às vezes), mas não consegui nem falar alô direito, dois seguranças vieram pra cima de mim me obrigando a desligar e mostrando os cartazes citando a lei municipal que proíbe o atendimento de celulares dentro das agência bancárias. Desliguei e não muito gentilmente, como é de meu feitio ( às vezes) soltei a matilha canina em cima dos seguranças, cobrei o fato de não haver NENHUM cartaz com a lei dos 15 minutos de espera, enquanto haviam pelo menos 8 cartazes com o enunciado completo da lei dos celulares e uns 4 da proibição de fumar, além de cartazes pedindo ajuda para os desabrigados do Haiti, outros oferecendo cadernetas de poupança, previdências, seguros, etc. Eu tava sem fumar a quase 80 minutos, pô!!! Aí, tal e qual um Martin Luther King tupiniquim, fiz um discurso, só que ao invés de um sonho, parecia que estava tendo um pesadelo. Falei da falta de relógios, do senhor que foi “atendido” com um chumaço de papel higiênico, dos lucros exorbitantes que os bancos brasileiros conseguem ( eles mesmos se gabam de serem dos mais rentáveis e sólidos do mundo! Também, pudera, com o “spread” que a nossa legislação permite que eles cobrem). Falei que presidiários ligam à vontade, fazem ameaças, chantagens e terrorismo contra o cidadão diariamente e ninguém consegue impedir!!! E devo ter falado mais um monte de abobrinhas, que nem lembro mais. Dos mais ou menos 60 bovinos confinados no saguão, uns três ou quatro me aplaudiram, uns 10 fizeram sinais de aprovação com a cabeça, os demais permaneceram impassíveis. E voltamos todos, a nos concentrar na fila, preocupados em não pisar fora da faixa marcada no chão. Mais bovinos do que nunca.

sábado, 6 de março de 2010

VIDA DE GADO

Não foi a primeira vez, nem infelizmente terá sido a ultima, que o bípede que vos digita , teoricamente pensante e, mais teoricamente ainda, pertencente à raça dita superior na classificação , digamos antropológica , ou zoologica ou sociológica, dos seres vivos, passou por uma bovina e quadrúpede experiência.

O que me assusta é que essa minha experiência, não foi única nem exclusiva, muito pelo contrario, é farta e repetidamente vivida milhões de vezes, cotidianamente, em todos os setores e rincões que pudermos imaginar.

Vamos aos fatos :

Semana passada, os termômetros marcando 32º, sensação térmica de 37º. ( gozado, eu gostaria de conhecer um termômetro que marcasse a sensação térmica!!!Eles existem??? Deve ser legal- Imagine na Sibéria, o Willian Bonner deles lá anunciando – HOJE, A TEMPERATURA MÁXIMA SERÁ DE 34º. NEGATIVOS E A MINIMA DE -38º. MAS A SENSAÇÃO TERMICA ESTARÁ NA FAIXA DE -45 A -68º.

Entra a Fátimayovska Bernardóvsky : ACONSELHAMOS A TODOS QUE APROVEITEM ESSE TEMPO AMENO HOJE, POIS AMANHÃ OS SERVIÇOS DE METEOROLOGIA AFIRMAM COM CERTEZA, QUE O FRIO FINALMENTE CHEGARÁ ) Brrrrrrrrrr!!!!

Voltando aos comis de factis . Tive que ir à agencia daquela, sabe quem, sabe quem? Caixa Econômica Federal. Ela mesma, a que dá milhões em prêmios, investe no social(principalmente se for no high), financia milhões de moradias a preços de banana com juros sádicos, ops, desculpa, juros módicos, administra com suor, coitadinha, toda a grana do FGTS de todos os trabalhadores do Brasil( 8% da folha de pagamento do BRASIL INTEIRO) remunerando essas contas a juros sádicos,ops, desculpa, juros além de sádicos no MAL sentido BEM MÓDICOS, e toda sorte de senas,megasenas,lotecas, raspadinhas,bilhetes,etc,etc,etc....

Eu tenho ótimas recordações daquele prédio,na época em que funcionava ali o BIO’S BAR. Putz. O Clemente, o Arnaldo, o João, o GÊ, o churrasco da meia-noite. No andar de cima era o São Paulo Clube,de tantos carnavais e embrião, junto com a União Literária, do nosso querido São Roque Clube.

Fugi do assunto, de novo! Bom, para resumir e não encher o saco de mais ninguém, se é que alguém teve saco para ler até esta mal traçada linha, cheguei no BIO’S BAR, ou seja, o saguão da CEF e, ao invés dos amistosos lusitanos acima citados, vários seguranças, com fones no ouvido, revolver e demais paramentos dignos dos CSIs e SWATs nossos de cada temporada, que sem falar nada, por mais paradoxal que possa parecer com as mãos autoritariamente cruzadas nas costas, nos indicam a fila da senha. Senha prá que? Prá entrar no banco, sua anta! Uma gentil e amável donzela(creio) estagiária(tenho certeza) me pergunta o assunto. Assunto posto, meu nome devidamente digitado no computador, sou autorizado a adentrar as suntuosas dependências da instituição mais representativa e isonômica de nossa amada e idolatrada republica.

Autorizado? Sim, mas peraí! Não tão autorizado, amado e idolatrado tanto assim.Aquela famosa porta giratória, na qual Carlitos driblava os vilões, girando,saindo e entrando, só eram giratórias nos filmes mudos e nos desenhos animados! Na vida real e bancáriamente falando, não são tão giratórias,não! Ela travou. Uma voz, tão metálica quanto incompreensível, faz você perceber que está errado, se sentir culpado, o olhar das pessoas que estão atrás de você na fila para entrar simbolizam os jurados que te condenam sem dó, nem piedade, mesmo porque você é culpado pelo tempo que eles supostamente estão perdendo. E esses olhares te condenam, mesmo sabendo que, dentro de alguns segundos serão eles os próximos a serem julgados. Eu não entendi nada do que a “porta” falou(é, ela falou comigo!!!!), mas percebi, BOVINAMENTE, que deveria voltar. Comprovando a tese da Lena, que defende que sou magrinho, consegui manobrar e voltar de frente. Qualquer dia vou voltar lá até aparecer uma pessoa,digamos, com um diâmetro avantajado, só pra ver a farra.

Os seguranças( devem ser mudos, todos) indicam com o olhar( eles só tiram as mãos das costas para apertar o fone de ouvido, ou aproximar o microfone da boca) uma janelinha com uma portinhola do lado de cá dos mortais e uma cestinha acrílica do lado de lá, já no Olimpo.

Uma coisa temos que reconhecer: Eles são bons na mímica! Você já vai enfiando a mão no bolso e tirando o que encontra: Celular, pen drive, token do outro banco, molho de chaves( expressão gozada, né? Molho de chaves! Existe ainda essa expressão?), pastinha de documentos, moedas, isqueiro......

E volta, BOVINAMENTE para a fila.....

Finalmente, a porta giratória, cumpre o que na minha opinião é sua função e gira. E eu entro.

NÃO PERCAM O PRÓXIMO EPISÓDIO!!!!!

CONSEGUIRÁ NOSSO HEROI REALIZAR A PERIGOSA E INGLORIA TAREFA QUE FOI INCUMBIDO(puta palavra feia)?

Não percam o próximo episódio, neste mesmo bat-blog, em qualquer bat-dia bat-mes bat-ano e bat-horario. Tem que ter um bat-saco pra aguentar, mas tudo bem

Eu to com sono e agora vou dormir.