quarta-feira, 20 de maio de 2009
domingo, 17 de maio de 2009
quarta-feira, 13 de maio de 2009
ruaprofjoaquimdeoliveira
“Rua Prof Joaquim de Oliveira, 54. – Parte II
O Autódromo de Interlagos”
Para nossa sorte, o Autódromo de Interlagos era ali, a uma quadra da nossa casa. Lamborguinis, Ferraris, Masseratis, Alfas, roncavam seus motores, tendo ao volante mitos como Fangio, Chico Landi, Piero Gancia, Bird Clemente.
A “pista” era a ladeira da Duque de Caxias, de paralelepípedo( oba! Eu prometi a mim mesmo, que antes de morrer, teria que usar essa palavra no meu blog! Veja só :
P A R A L E L E P I P E DO !!! Quase ocupou uma linha inteira!Bonita palavra, né? )
Os “bólidos” citados, nobres carrinhos de rolimã ( vocês não imaginam como era difícil arrumar um rolimãzinho naquela época, quando São Roque inteira devia ter meia dúzia de carros). Às vezes, descíamos a ladeira dentro de um pneu velho mesmo. Mas o que valia era a nossa fantasia. Nós estávamos em Interlagos, pilotando as máquinas possantes da nossa imaginação. Nós éramos os mitos famosos, que conhecíamos em preto e branco pelas telas do Cine São José, através dos noticiários do famoso Canal 100 ou do Jean Manzon, com semanas de atraso.
No fim da etapa automobilística, tome Iodo e Mercúrio cromo. E bronca pelos estragos no “uniforme”. Principalmente quando o freio principal falhava e éramos obrigados a usar o freio de emergência ( os sapatos ou Kédis de ir à missa e à escola, não necessariamente nessa ordem, as quais aliás, não frequentávamos tão assiduamente assim como vocês estão pensando).
Noitinha chegando, banhos (às vezes) e broncas(sempre) devidamente tomadas, tínhamos todos um compromisso sagrado, inadiável: Reunião na Praça da Apoteose. Eu não tinha contado que morávamos perto da Praça da Apoteose? Desculpe. Esqueci. Pois é. Hoje passo por ela, e sinto um aperto ao descobrir que assim como a ladeira da Rua Duque de Caxias deixou de ser o Autódromo de Interlagos, ela também retomou seu verdadeiro nome: Praça dos Expedicionários.
Ali, enquanto Praça da Apoteose, muitas ações cruciais foram decididas, muitos destinos foram traçados, muitos segredos foram revelados, o caráter de muita gente foi forjado.
A pauta de toda noite, apesar de única, gerava o maior tumulto:
“O que nós vamos fazer hoje?”
Essa era a pauta. Simples.
O problema eram as opções, inúmeras e polêmicas.
“Vamos fazer um torneio de Futebol aqui mesmo”
“Vamos brincar de Policia e Ladrão valendo a cidade inteira”
“Ta passando um filme legal”
“Que tal brincar de “mãe da rua” ou “passa anel”?
“Vamos roubar uva do Seu Salomão”!
“ Vamos $%## ¨ lá na &)(9++=-e depois @!1% é uma brasa, mora&¨_+== aí nós @!”¨&&&&(((_)))_+++++ legal pra caramba+++¨¨##+++ @@@ “ e voltamos logo em seguida”
(esta opção, a mais longa, eloquente e atrativa de todas, foi devidamente censurada, em respeito aos eventuais, mesmo que improváveis leitores pudicos, seguidores dos bons costumes sociais, temente às leis dos homens e dos ditames religiosos mais puros.)
Continua, talvez na próxima semana, talvez neste mesmo horário, talvez neste mesmo blog. Aguardem.
terça-feira, 12 de maio de 2009
Yeshua (ישוע)
O coração, mesmo artificial, não é imune às muitas aflições que nos devoram.
E, impunemente não vive dois milênios.
A flor, dardejando pelos ares encontra um corpo plástico.
Morre, e apodrece.
É seu destino.
Abre-se uma janela, procura-se uma luz.
O corpo busca o que estava escrito.
E escrito estava que voltaria.
E por escrito estava que voltaria, volta, encontrando a liberdade, de cimento feita, o sangue, ácido tornando-se.
A cruz, antes fosse de isopor, o espinho, se frágil fosse.
A lança dilacera, machuca, fere, macera, apesar de na ponta ter uma flor.
A liberdade, acaba sendo vã.
A flor, podre nasceu, sem nascer morreu.
A carne é plástica, elástica, mas ainda vive.
O corpo ama, sem amor.
Sofre sem dor.
Morre, quando nunca teve vida.